sexta-feira, 6 de novembro de 2009

As pessoas e as suas mentiras...

... porque mentem as pessoas? Para enganar ou não magoar os outros? Porque momentaneamente se iludem a si próprias? Porquê? Não sei... mas deve haver uma razão muito forte para enganarmos pessoas que gostam e confiam em nós, não? Ou será mesmo tão só e simplesmente porque a nossa abstracção do outro o permite, pois não pensamos nem queremos pensar naquilo que sentirá. No momento da mentira estamos apenas a pensar em nós próprios, de forma tão egoísta, no nosso conforto e bem estar que não vemos mais nada nem ninguém. Mas magoamos e deixamos tristes os outros, sempre que os iludimos, sempre que dizemos uma coisa e fazemos outra, sempre que prometemos e não cumprimos... até um dia em que deixam de simplesmente confiar em nós, porque quem já "mentiu" muitas vezes, mente muitas mais... É triste alguém não poder confiar em nós porque já lhe mentimos demasiadas vezes... Muito triste, mas acontece no decorrer da vida e pode até nem ser consciente. Como se evita? Acho que é bom pesar bem aquilo que se diz, não deitarmos coisas da boca da fora, promessas vãs que não sabemos se conseguiremos cumprir. Mais vale dizer olha não sei se quero ou não me apetece. Os outros têm de entender, pois ou é isso ou uma mentira descarada que será descoberta quando eu tiver de ligar para dizer "olha afinal não posso" ou então quando passar tanto, demasiado, tempo para que perceba que não vai acontecer. Não vale a pena tentar que as coisas caiam assim no esquecimento, quem é enganado não esquece e se for astuto da próxima não cai na mesma esparrela de (quase) sempre...

Um comentário:

  1. Acredito que aquilo que descreves neste texto como mentiras, resultam muitas vezes das "mudanças" frequentes que se experimentam ao longo do dia, e dos frenéticos sentimentos que nos assolam...
    Acredito que são inconcientes, e concordo que se trata de egoísmo, por pensarmos nesse momento apenas em nós próprios. E a inconsciência e os sentimentos não podem desculpar tudo.
    Acredito que experimentamos neste momento um apelo interno cada vez mais instalado no sentido do egoísmo, do eu satisfeito, do culto da auto-descoberta que auto-desculpa as nossas fraquezas.
    Acredito que gostariamos de fazer tudo e chegar a tudo, e que é difícil considerar que precisamos de tempo inútil, que acabamos por conquistar nesses momentos ditos de "egoísmo".
    Acredito que às vezes, por causa de nós próprios e de mais ninguém, nem mesmo da sociedade, que leva sempre por tabela nestas questões da culpa, acabamos por magoar sentimentos de quem está mais próximo, e deliberadamente achamos que, precisamente por estarem próximos, vão perceber o nosso intrínseco "egoísmo".
    Acredito, por fim, que ler este texto e escrever sobre isso talvez faça de mim uma pessoa melhor e mais atenta, sejá lá o "lugar" onde isso for :)
    Ovelha

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